De 16 a 25 de outubro, a comunidade São Frei Galvão, localizada no bairro Clériston Andrade, celebrou o seu padroeiro com 10 dias de união e fraternidade durante o novenário.
A festividade teve início na quarta-feira, com a celebração do Padre José Ramos. A comunidade também recebeu o bispo diocesano Dom Guido Zendron, na sétima noite dos festejos e encerrou o novenário com a presença do Padre José Antônio, pároco da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, à qual a comunidade pertence.
Para a comunidade, este é um momento de união entre os grupos pastorais e as comunidades que compõem a paróquia. Além de ser um momento de retiro e reflexão para a comunidade, a mesma pretende arrecadar fundos para finalizar a obra do altar da igreja, que ainda está em construção.
Este ano, com o tema “Vós sois todos irmãos e irmãs,” a comunidade relembrou os trabalhos da Campanha da Fraternidade de 2024 e o legado de São Frei Galvão para todos aqueles que participaram deste novenário.
A igreja da comunidade está em construção há mais de cinco anos, e, no ano passado, foi concluída uma importante etapa: o piso da nave da igreja.
A comunidade também recebeu a doação dos bancos, melhorando a acomodação dos fiéis.
Este é o novenário que a comunidade realiza anualmente, e todos se alegraram pelo sucesso do encerramento dos festejos, vendo que tudo correu bem, desde a preparação até a execução do evento. Para a comunidade, essa celebração é muito importante, reunindo não apenas convidados, mas também os membros do Conselho Comunitário e os moradores mais próximos.
São Frei Galvão, também conhecido como Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, foi o primeiro santo brasileiro canonizado pela Igreja Católica. Nascido no dia 10 de maio de 1739, em Guaratinguetá, São Paulo, ele é considerado um dos principais representantes da fé católica no Brasil. Filho de Antônio Galvão de França e Isabel Leite de Barros, pertencia a uma família devota e bem estabelecida, o que lhe proporcionou uma educação religiosa e cultural sólida desde jovem. Aos 13 anos, foi enviado para o seminário dos padres jesuítas em Cachoeira, Bahia, onde recebeu uma formação que moldaria sua vida religiosa.
Após o fechamento dos seminários jesuítas no Brasil pelo Marquês de Pombal, Galvão voltou a São Paulo e entrou para a Ordem Franciscana, optando pela vida monástica aos 21 anos. Ingressou no Convento de São Boaventura, em Macacu, Rio de Janeiro, onde adotou o nome Frei Antônio de Sant’Anna Galvão. Após concluir seu noviciado e fazer os votos, foi transferido para o Convento de São Francisco, em São Paulo, onde começou a atuar como sacerdote.
Frei Galvão destacou-se rapidamente pela profunda devoção e dons espirituais, incluindo relatos de cura e orientação espiritual. Ele se dedicou especialmente ao cuidado dos doentes e oprimidos e ganhou fama pela sua fé extraordinária e pela prática de um ato singular: a distribuição das “Pílulas de Frei Galvão”. Essas pequenas pílulas de papel, nas quais estavam escritas orações, eram dadas aos enfermos e àqueles que buscavam alívio para suas dores físicas e espirituais. Muitos atribuíam a essas pílulas curas milagrosas, e a prática se tornou uma das mais conhecidas manifestações de sua fé e intercessão.
Em 1774, Frei Galvão fundou o Mosteiro da Luz, em São Paulo, com a ajuda de Irmã Helena Maria do Espírito Santo, uma religiosa que compartilhava de sua visão. O mosteiro foi fundado como um local para mulheres consagradas à vida religiosa e tornou-se um símbolo de devoção e acolhimento. Ele supervisionou pessoalmente a construção do mosteiro, carregando tijolos e outros materiais, e dedicou grande parte de sua vida a essa obra, que existe até hoje e é reconhecida como um Patrimônio Histórico da Humanidade pela UNESCO.
A vida de Frei Galvão foi marcada pela humildade, pela caridade e pela dedicação ao próximo. Ele era conhecido por viver com simplicidade e por dedicar suas orações e sacrifícios pelos outros, especialmente pelos necessitados e marginalizados. A devoção popular a Frei Galvão começou ainda em vida, e após sua morte em 23 de dezembro de 1822, aos 83 anos, sua fama de santidade só cresceu. Sua tumba no Mosteiro da Luz tornou-se um local de peregrinação, atraindo pessoas de várias regiões em busca de suas bênçãos.
Em 1998, Frei Galvão foi beatificado pelo Papa João Paulo II e, em 11 de maio de 2007, foi canonizado pelo Papa Bento XVI durante sua visita ao Brasil. Ele se tornou, então, o primeiro santo brasileiro. Até hoje, São Frei Galvão é considerado um intercessor poderoso, especialmente nas áreas da saúde e da paz familiar. Sua festa litúrgica é celebrada em 25 de outubro, e ele permanece como uma figura de grande devoção, com milhares de fiéis visitando o Mosteiro da Luz anualmente em busca de conforto e de suas famosas “pílulas”.
O legado de São Frei Galvão é uma lembrança constante de compaixão, serviço e profunda fé, e ele continua a inspirar gerações de católicos no Brasil e em outras partes do mundo.
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