Dom Paulo Mendes Peixoto Arcebispo de Uberaba
Numa visão profética, a Igreja está convocando os cristãos leigos e leigas para um ano de reflexão, de revisão e de avaliação de seu papel laical na sociedade. Ela faz isso consciente da importância de todos os batizados no campo da evangelização. A riqueza da Igreja em saída, no dizer do Papa Francisco, tem reflexo profundo na vida de quem participa do sacerdócio batismal de Jesus.
O tempo definido vai da Festa de Cristo Rei de 2017 a Cristo Rei de 2018. É o “Ano do Laicato”, com o tema: “Cristãos leigos e leigas, sujeitos numa ‘Igreja em saída’, a serviço do Reino”, e o lema: “Sal da Terra e Luz do Mundo” (Mt 5,13-14). Tempo de criar paixão, encontro e seguimento de Jesus Cristo, numa Igreja comprometida com as realidades da cultura moderna.
Com esta matéria, queremos fazer um apelo forte e abrangente a todos os cristãos, principalmente os leigos e as leigas, para descobrir caminhos novos de evangelizar. As bases para isso estão nas palavras motivadoras do Papa Francisco. Na Evangelii Gaudium ele conclama a Igreja para ser mais presente no mundo, indo às periferias existenciais, ao encontro fraterno com as pessoas.
O Ano do Laicato vai dar espaço privilegiado para que os cristãos descubram sua vocação e missão no mundo. Não somos cristãos por acaso, sem compromisso com o Evangelho do Senhor. Enraizados em Jesus Cristo (cf. Cl 2,7), somo a Igreja que caminha na construção do Reino de Deus, que defende a vida e a dignidade das pessoas, porque vê nelas a imagem e a semelhança de Deus.
Será um ano de muita espiritualidade e de motivação para construir, na nova cultura, a esperança de um mundo melhor. Certamente seremos despertados para acredita e ter a certeza de que um mundo melhor é possível. Deus quer a felicidade de seus filhos, e os convoca para divinizar suas ações concretas no mundo. As mudanças passam pelo testemunho concreto de cada cristão.
O Documento de Aparecida diz que os cristãos leigos e leigas são “verdadeiros sujeitos eclesiais” (n. 497). Significa que eles devem estar presentas nas realidades temporais, visualizando seu testemunho concreto de responsabilidade para com o anúncio da Palavra de Deus. Não podem ser uma luz apagada, escondida, sem compromisso social e alheios aos problemas que afetam a todos.