Dom Pedro Cipollini Bispo de Santo André (SP)
Esta é uma parábola de um autor desconhecido, que me chegou às mãos. É tão significativa que desejo partilhar com vocês, meus queridos leitores. Cada um tire sua própria conclusão.
Havia, no alto de uma montanha, três pequenas árvores que sonhavam o que queriam ser depois de grande. A primeira, disse: “Eu quero ser o baú mais precioso do mundo, cheio de tesouros. Para tal me disponho a ser cortada”. A Segunda olhou para o riacho e suspirou: “E eu quero ser um grande navio, para transportar reis e rainhas”. A terceira árvore olhou o vale e disse: “Quero ficar aqui no alto da montanha, crescer tanto que as pessoas ao olharem para mim, levantem seus olhos e pensem em Deus”.
Anos se passaram, certo dia três lenhadores, nada ecológicos, vieram e cortaram as três arvores, ansiosas por serem transformadas naquilo que sonhavam. A primeira árvore acabou sendo transformada num cocho coberto de feno para os animais. A Segunda virou um simples e pequeno barco de pesca, carregando gente e peixes todos os dias. E a terceira, mesmo sonhando ficar no alto da montanha, acabou em grossas vigas e colocada ao lado de um depósito. E as três árvores se perguntavam desiludidas e tristes: “Por que isso?
Numa certa noite, cheia de luz e de estrelas, em que havia mil melodias no ar, uma jovem mulher colocou seu bebê recém-nascido naquele cocho de animais. E, de repente, a primeira árvore viu que continha o maior tesouro do mundo.
A Segunda árvore, anos mais tarde, transportou um homem, que acabou dormindo no barco. Quando a tempestade quase afundou o pequeno barco, este homem levantou-se e disse: “Acalme-se!”, e a tempestade cessou. Num relance, a segunda árvore entendeu que estava carregando o Rei dos céus e da terra.
Tempos mais tarde, numa sexta-feira, a terceira árvore espantou-se quando suas vigas foram unidas em forma de cruz e um homem foi pregado nela. Sentiu-se horrível e cruel. No domingo seguinte, o mundo vibrou de alegria e a terceira árvore entendeu que sempre se lembrariam de Deus e de seu filho Jesus Cristo ao olharem para ela.
As árvores haviam tido sonhos...- mas as suas realizações foram mil vezes melhor e mais sábias do que haviam imaginado. A mão invisível e poderosa de Deus dirigiu seus sonhos para uma realização superior aos seus desejos.
Assim também na nossa vida pessoal e também na vida social, é necessário ter sonhos e esperar que eles se realizem, mesmo que não sejam pelos caminhos que imaginamos. A mão poderosa de Deus está comprometida com os que sonham o bem e a promoção da vida, os que trabalham e se empenham pelo bem de todos.
Em nossa realidade do Grande ABC sonhamos com uma sociedade cada vez mais justa e fraterna, unida na busca de seus ideais. O sonho de justiça e fraternidade está presente no coração de cada um.