De manhã, neste 4 de outubro, muitos fiéis foram a cabeceira da ponte PA-IV, saudar a procissão náutica que rasgaria as águas do Velho Chico em direção a Prainha. O cortejo neste espaço dura pouco mais de dois minutos, mas é tão impactante que muita gente fica ao sol sem arredar pé para que outro não venha lhe tomar o lugar.
O curioso é que à medida que os devotos e curiosos se juntavam, os motoristas questionavam: – O que aconteceu aí, alguém morreu?, se jogou?. Então as pessoas respondiam: – não é morte, é vida! É São Francisco de Assis! É Deus!
A secularização preocupa a Igreja?, achar que a religião, particularmente esta que anuncia Jesus Cristo andará pela terra sem percalços é ilusório. O que preocupa a Igreja Católica, e de forma mais genérica, as igrejas de Cristo, é que hoje mais do que nunca, se ignora os ensinamentos Dele.
Por isso quer pela água, ou pelo asfalto, São Francisco de Assis é um desses sinais que dizem ao povo de forma bastante clara, que a vida sem Deus não faz sentido.
Já no começo da tarde, é a vez do asfalto, alguns descalços, uns rezavam com fervor e outros só achando bonito, mas o povo caminhou por dez dias a paróquia de São Francisco, e continuará o percurso nas demais festas para enfim dizer que Deus é mais!
Dom Guido presidiu a santa missa, concelebrada pelos padres: Celso, Adriano, Marcos e Ednaldo (Coronel João Sá).
“Ao certo ponto Francisco fala, ‘eu não aguento mais, eu quero me doar totalmente a Cristo’, com isto ele recusa a família, até a roupa e se doa totalmente”, começa o bispo para chegar à importância do positivo na vida da comunidade:
“O filho pródigo também”, continua dom Guido: “Este que experimenta tudo, até negativamente, e, ao invés de encontrar a felicidade encontra a tragédia, e volta à casa do pai”.
Acolher e perdoar, quantas vezes repetidas nestes dias, São Francisco Irmão da Misericórdia. Palavras fácies de pronunciar e difíceis de viver.
Quanta vida repartida, pessoas que trabalhavam durante o dia, mas ao cair da tarde, estavam lá nas barraquinhas, para ajudar, cuidar das crianças, para receber fiéis e o público que quer ver, ouvir e sentir.
Pe. Celso que se doa de forma plena e se dedica para que a festa da paróquia tenha a dignidade de São Francisco, que ano após ano, sublinha a linda história da diocese de Paulo Afonso. O povo, não obstante, com ele, instrumento de paz e de amizade.
A secularização, as ideias do mundo, como gosta de dizer o bispo, não afetam ou diminui o sentimento de quem, por absoluta liberdade escolheu participar, quer indo a missa, colaborando com a festa – tantos colaboraram -, rezando… E o melhor é saber que terá sempre mais.
Pascom